quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O "ide" e "vinde" de Cristo!

Olá, gente. Faz um bom tempo que não atualizo o blog. Espero poder realizar algumas postagens com mais frequência. Hoje no seminário durante a aula da disciplina “evangelismo e discipulado” eu estive pensando sobre o que era ensinado e algumas outras ideias, daí então resolvi escrever este texto.

Penso que a maioria de nós em algum momento da vida já trocou a ordem de alguma coisa em determinada situação. Sim, um processo precisa de ordem, etapas, passos que precisam ser seguidos; e quando invertemos a ordem ou pulamos alguma etapa podemos comprometer o resultado do processo. Em nossa vida cristã, no que diz respeito ao chamado de Deus para nossa vida, há uma ordem [no processo] que nunca deve ser invertida, porém, infelizmente acontece, e isso é bem visível.

Trata-se de um dos versículos mais conhecidos quando falamos de missões, evangelismo e discipulado. É a trecho de Mateus 28:19 que diz: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Vamos fazer um comentário bem simples e espero que sua mente esteja propícia à compreensão da lógica de Deus que é bem clara.

Para que possamos cumprir a ordem conhecida como o “IDE” de Cristo, precisamos, antes disso, cumprir a ordem do “VINDE” após Cristo, e não o contrário (como o título da postagem sugere). É o que Cristo diz em Mateus 4:19: “E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.”. Em uma análise rápida podemos compreender algumas ideias: “vinde após mim” relaciona-se à glória de Cristo (o caminho), o “eu vos farei” relaciona-se ao poder de Cristo para transformação e edificação da igreja e o “pescadores de homens” relaciona-se à salvação dos perdidos.

Fico admirado com outro ensinamento que temos sobre a maneira que devemos responder ao chamado de Deus. No mesmo texto, após Cristo dizer “vinde após mim”, diz: “Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no.” – a ideia, no original, quer dizer algo como “no mesmo instante”, ou seja, eles prontamente responderam ao chamado do Senhor Jesus, enquanto nós muitas vezes queremos um tempo pra pensar bem.

Podemos perceber de maneira muito clara que é Cristo quem tem o poder de nos tornar pescadores de homens. Quando lemos que foi Cristo quem nos escolheu, e não nós que escolhemos a ele (João 15.16), temos a certeza que é uma obra vinda dele e que sem ele não podemos fazer absolutamente nada (João 15.5). Ele é a fonte, ele é o início, ele é o fim.

Entendemos, portanto, que o primeiro objetivo da evangelização bíblica não é a igreja, nem o perdido, nem coisa alguma, a não ser a glória de Deus. A partir disso todas as outras coisas podem tomar forma, a edificação da igreja, a salvação dos perdidos, dentre outros. Isso é tão importante porque se não tivermos esta visão, podemos caminhar rumo a uma falsa impressão sobre a excelência e eficiência do nosso ministério e não estarmos comprometidos com a glória de Deus e sim com qualquer outra coisa aparente. Devemos sempre lembrar que qualquer ministério em que estivermos o objetivo principal é a glória de Deus, depois a edificação da igreja e a salvação dos perdidos.

Em Mateus 28:19, a ênfase não é no "IDE" e sim no “fazei discípulos” - esta palavra [fazei] encontra-se no imperativo, no seu sentido original, enquanto o meio [ir], no sentido original, é um particípio, “indo”, ou seja, o meio pelo qual iremos cumprir a ordem de Cristo. Outra ideia que podemos perceber é que não devemos esperar que eles “venham” e “vejam”, mas que devemos ir ate eles. 

Mas pense um pouco nisso; as vezes as emoções, movimentos, os impulsos, projetos e centenas de campanhas nos motivam a "ir" - naturalmente vemos pessoas indo de um lado para outro quando falamos de missões, mas precisamos estar bem certos de que a ênfase nesse chamado é em "fazei discípulos". Percebemos, portanto, que não adianta absolutamente nada correr de um lado pra outro com a ideia apenas de "ir" [e não fazer nada], tendo a sensação de cumprir o tal do "ide", e no fim, esquecer de obedecer a ordem principal de discipular. Um lembrete: “...vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça” João 15:16

Bem, já que a ordem principal é “fazei discípulos”, precisamos, antes de qualquer coisa, sermos discípulos, e isso implica em uma vida de renúncia e intimidade com Deus como diz: “E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.” Lucas 14:27. O “negue-se a si mesmo” é para aqueles que querem o “vir após mim” (Mt 16.24 e Mt 4.19). Nesta mesma ordem, compreendemos que o “vir após mim” é para os que querem cumprir o “ide”, ou em melhor compreensão, o “fazei discípulo”. (Talvez sirva uma postagem sobre discipulado depois).

E fazer discípulo não é apenas ir. Ele nos dá uma direção clara na continuação do versículo de como devemos fazer isso: “Ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho mandado...”, percebemos que não são apenas algumas coisas. Além disso, nos encoraja de uma maneira tão preciosa, dando-nos uma promessa de que nunca estaríamos sozinhos nesta missão: “e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.”. Ele é nossa segurança. Que Deus precioso!

“Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” 1 Coríntios 4:1-2

Por uma vida mais bíblica e para glória de Deus,

Willy Menezes / 01:24 em 14.08.14
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