sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Ter razão nem sempre resolve problemas


Já viajei muito com meu pai. E, em uma das viagens, na minha adolescência, lembro de ter me chamado atenção os caminhões que vinham na outra mão. Eu percebi que, algumas vezes, meu pai tinha que sair da mão que estávamos seguindo, e desviar para o acostamento. O objetivo dele era evitar algum tipo de acidente, pois os caminhões repetidamente invadiam a nossa mão enquanto ultrapassavam. Não lembro exatamente suas palavras, mas o que ele me ensinou com aquilo foi que permanecer na própria mão, apenas porque é nosso direito, não iria fazer evitar algum acidente, pelo contrário!

Por isso, querer ter razão nem sempre é a melhor opção. Em proporções diferentes, as vezes é necessário desviar para o acostamento a fim de manter a paz com outra pessoa. E isso me ressurgiu muito intensamente no casamento. Foi nesse contexto que ouvi a frase de um amigo: “você quer ser feliz ou ter razão? ”. Em certo sentido, a frase carrega uma boa intenção, embora uma opção não invalide, necessariamente, a outra. Mas a ideia é bem clara que, em muitas situações, não adianta discutir e ter razão quando, por outro lado, deixa triste o coração de quem se ama e, por consequência, o próprio.

Eu diria que vencer um argumento é até simples. Basta um pouco de estudo de retórica e lógica. O difícil é vencer o orgulho dentro de nós. Querer ter razão nem sempre é um sinal de ter a verdade, as vezes é muito mais indicativo de um coração orgulhoso. Quando vencemos um argumento simplesmente pelo desejo de estarmos certos, silenciamos e massacramos um coração. Por outro lado, quando há amor pela pessoa, os esforços não são concentrados em provar que se tem a razão, mas em quanto se quer o bem daquela pessoa. Quando o amor vence o ego, a última coisa que se deseja falar é: eu tinha razão ou eu avisei. Isso apenas mostra que ter razão não é tudo.

Por fim, se tratando de conflitos no relacionamento, sei que inúmeras vezes a pessoa que amamos precisa de disciplina. Sim, precisa que alguém lhe abra os olhos e lhe fale as verdades necessárias. Precisa ouvir com firmeza onde está errando e o que precisa mudar. Para estas ocasiões, permita-me propor: (1) organize de forma clara e lógica os pontos que você precisa falar. (2) não fale sem antes orar pela outra pessoa. (3) apresente caminhos melhores, ou seja, soluções práticas. (4) seja o maior encorajador dela. E caso ela não seja convencida, ore continuamente. Em outras ocasiões, principalmente em meio a discussões exasperada, talvez a melhor opção seja calar. É possível que você tenha uma bela experiência com Deus por meio da perseverança em oração. Muitas mudanças são frutos de um longo período de oração.

Willy Menezes

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Considerações urgentes sobre o papel do homem no casamento



Nos últimos meses eu tenho sido incomodado com algumas questões relacionadas ao papel do homem no lar. Esse tema ainda é um grande desafio para mim e tenho aprendido a duras penas – minha esposa que o diga! Por outro lado, considero algumas questões inaceitáveis. E até brinco “esse tipo de homem deveria ser preso! ”, é claro que essa não é uma solução razoável, muito menos bíblica. Mas a coloquei apenas para você entender onde vai minha indignação. 

A Bíblia diz que os maridos devem amar a sua mulher como Cristo amou a igreja e se entregou por ela (Ef. 5.25). A partir desse imperativo de Paulo, levando em conta o exemplo de Cristo, gostaria de destacar algumas implicações e responsabilidades do homem no lar.

            Primeiramente, Cristo amou a igreja sob um pacto feito com ela, chamado de nova aliança, portanto, o amor do marido para com a mulher deve ser pactual. O que significa isso? Olhemos para o exemplo de Cristo. O relacionamento entre Cristo e a Igreja não considera circunstâncias nem impõe condições, ele está fundamentado no pacto feito por Cristo. Da mesma forma, o amor entre o marido e a mulher deve ser sob o pacto, ou seja, a aliança que firmaram e que não dependente de circunstâncias, emoções ou condições. E Deus é testemunha desta aliança.

            Em segundo lugar, o marido deve dar sua vida pela mulher. Isso não requer uma ação somente em uma situação crítica de vida ou morte. É evidente que neste momento também. Mas o “se entregar por ela” reflete também uma doação constante pela esposa. Em termos práticos, o marido deve considerar a esposa em primeiro lugar antes de cuidar do que é propriamente seu. Ou seja, antes de nos preocupar com o futebol ou qualquer atividade, devemos nos preocupar se a esposa está satisfeita ou quais suas necessidades para aquele momento ou período. Se qualquer atividade vem em primeiro lugar, isto é, antes da esposa, não estamos a amando como Cristo amou a Igreja, e isso é pecado. Esse princípio deve nortear nossas escolhas e projetos.

            Em terceiro lugar, Cristo amou a Igreja com alimento e cuidado (v. 29). Indo direto na questão prática, isso indica a responsabilidade do marido de levar a esposa à maturidade e protege-la contra ataques físicos e espirituais. O marido deve pastorear sua esposa e levá-la a crescer. A provisão física e espiritual é uma ideia clara aqui!

            Todas as vezes que não priorizamos nossas esposas, ou que dedicamos mais atenção e tempo a qualquer coisa do que a ela, cometemos pecado. Todas as vezes que desejamos satisfazer os nossos próprios desejos e não nos esforçamos para satisfazer os das nossas esposas, cometemos pecado. [Eu acho que não preciso dizer que não estou me referindo a “desejo” pecaminoso, mas resolvi me certificar] A saúde do relacionamento é responsabilidade do marido. É claro que a mulher tem culpas, pecados, e sua parcela, mas isso não exime a responsabilidade do homem. Quando a Bíblia diz que o homem é o cabeça, ela não diz que ele deve se esforçar para ser, pois o “ser cabeça” é um fato. A questão é que tipo de cabeça o marido é. O que foge das responsabilidades e põe a culpa na mulher, semelhante a Adão? Ou o que assume a responsabilidade a ponto de dar a vida pela esposa semelhante a Cristo? Eu compreendo muito bem o marido que se esforça, mas muitas vezes não consegue, mas jamais poderia compreender aquele que não tenta.

            Se você é esposa e está lendo esse texto imaginando algo como “meu marido deveria ler isso”, vou lhe pedir que não marque ou encaminhe a ele como indireta, pois isso certamente ferirá a honra do seu marido. Mas com calma, ore, arrependa-se dos pecados que cometeu, livre-se de qualquer amargura, sente com seu marido e sugira a leitura do texto.

Willy Menezes

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