quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Jesus não queria pessoas boas...

Hoje pela manhã eu estava em um banco esperando minha vez para ser atendido; enquanto isso, lia um livro e refletia muito sobre algumas questões da vida que eram implicações do assunto tratado no livro.  Pensando então no último texto que eu havia escrito, e que falava sobre oração, continuei refletindo no assunto e chegando a algumas conclusões. Portanto, quero compartilhá-las com vocês.

Quais requisitos nós usamos pra declarar que alguém é uma boa pessoa? Normalmente pensamos em coisas como “não roubar, não matar, não mentir, não trair, ajudar o próximo” e coisas do tipo. Usamos esse mesmo princípio na educação dos nossos filhos, na escolha de alguém pra casar, em nossas amizades e por aí vai. Somos “bons” pra fazer listas para que as pessoas cumpram certas exigências, sendo adequadas aos requisitos e então estejam aprovadas em nossa seleção para poder dizer: é um bom filho, uma boa esposa, um bom amigo. Afinal, queremos pessoas boas para nós!

O apóstolo Paulo queria que as pessoas tivessem boas condutas e realizassem boas obras, sem dúvida. Mas Paulo não fez uma lista de exigências para que a Igreja cumprisse. Podemos pensar que talvez fosse mais fácil se existisse essa lista. Mas o que Paulo sabia era que a transformação no comportamento e na vida das pessoas deveria ser fruto da graça maravilhosa de Deus e não resultado de esforços humanos como quem levanta um troféu de conquista. Pois essas mudanças refletem mais que apenas comportamentos.

Muitas vezes (pra não dizer quase sempre) somos tendenciosos a focar exclusivamente no comportamento. Percebemos isso quando fazemos listas do que deve ou não deve fazer, quando nos esforçamos apenas para que nossos filhos não falem palavrão ou quando queremos que um amigo seja mais gentil com alguém; e então desejamos uma “mudança de comportamento”. 

Algumas vezes dizemos: “tudo que quero é que ele se comporte de tal forma”. Precisamos entender que essa mudança de comportamento pode até acontecer, mas se não for recheada do evangelho da graça de Deus podemos estar apenas treinando pessoas para serem hipócritas ou orgulhosas. Além disso, podemos estar lançando fardos nas pessoas, como se tudo isso fosse tão pesado ou talvez até impossível de se cumprir. (Logicamente existem mudanças que não implicam um caráter moral ou graça do evangelho, como a escolha entre a cor verde e azul, skate ou guitarra, torcer pra um time ou pra outro. Entendam que não estou falando disso).

É por isso que Paulo não fez listas do que pode e do que não pode. E quando ele fala sobre comportamento de um cristão é por que ele já falou da maravilhosa graça de Jesus Cristo – o verdadeiro motivo para a nossa mudança de comportamento. Percebemos que Paulo ao escrever suas cartas ora e encoraja os cristãos a andarem dignos da vocação que foram chamados, deseja que eles sejam cheios de conhecimento de Cristo, cresçam em sabedoria, entendimento, e em amor. E sim, todas essas coisas que ele ensina são capazes de mudar o comportamento das pessoas, pois tratam da graça de Cristo. Paulo não queria pessoas boas, mas cristãos piedosos, tementes a Deus, pois as mudanças no comportamento seriam resultados disso, da graça de Deus e não do esforço humano. Isso nos ajuda até levar em conta o tempo de conversão e desenvolvimento da pessoa para alcançar a maturidade.

Às vezes queremos formar líderes e focamos apenas nas “10 características que um verdadeiro líder deve ter”, isso é apenas um legalismo forjado por uma boa vontade e para um bom propósito se não vier precedido pelo evangelho. Temos que ensinar as pessoas a amarem a Cristo. Mas como? Ensinando-lhes sobre o evangelho, mas antes de tudo, vivendo o evangelho. 

Qualquer ateu pode ter bons comportamentos e agir de maneira heroica. Não devemos os desmerecer por isso. Mas pergunte por qual motivo eles se comportam assim? Provavelmente (ironia aqui) você não vai encontrar uma resposta do tipo: “Porque a graça de Deus me alcançou e o evangelho de Cristo me ensina a ser assim e amar as pessoas”. Vamos encontrar filhos de não crentes que são mais obedientes e educados do que filhos de crentes (logicamente há uma falha enorme na educação destes últimos que é responsabilidade dos pais e que daria um importante texto), mas o quanto da graça e do evangelho tem sido ensinado na educação dos nossos filhos? Ou queremos apenas filho comportados e ponto final? Quando na verdade devemos desejar filhos com o coração transformados que se comportem de maneira a responder de forma digna da vocação e gratos a Deus? (então vivam e ensinem isso aos seus filhos!).

Não é errado ter uma sociedade moralmente correta (apenas é impossível, mas tudo bem rs). Logicamente não é errado, mas para aqueles que desejam viver para glória de Deus, é completamente sem lógica e sem razão deixar o evangelho da graça fora da história, focar numa questão de comportamento (do que é certo e errado) e viver apenas um legalismo religioso semelhante aos fariseus. Devemos ter e ser filhos obedientes, sem dúvida, mas ter e ensinar princípios [em Deus] que nos levam a ter comportamentos obedientes à sua vontade buscando glorificar a Deus. 

É por isso que não queremos pessoas boas, mas queremos que elas sejam cheias do evangelho e da graça de Cristo, aí sim vamos andar como é “digno da vocação com que fomos chamados” (Ef 4.1). Ser “bom” em si mesmo fará apenas você parecer ser “bom” pelos seus esforços e assim rejeite Cristo. O jovem rico era “bom” aos olhos dele mesmo e “cumpria” a lista dos deveres e obrigações de um judeu. Mas ele talvez tenha esquecido que a “lista” dos 10 mandamentos não era meramente uma lista, implicava em amar a Deus acima de todas as coisas e por isso nunca deveria ter nada ocupando o lugar de Deus em seu coração. 

Jesus Cristo quando estava diante dos fariseus não os apoiou no que faziam, pois Cristo sabia muito bem que eles estavam focados apenas no comportamento, mas Cristo estava focado na transformação do coração. Jesus não queria pessoas boas, queria pessoas com corações transformados, pois estes lutariam por obedecer a Deus e viver pra Sua glória. Os fariseus eram “bons” em julgar pelo comportamento (é o que a lei faz e até nisso somos reprovados), por isso achavam que poderiam ser bons, mas não cuidavam de suas intenções e seus corações. E muitas vezes somos semelhantes a estes fariseus. 

“Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.” Mateus 5:27-28

A lei nos mostra que somos incapazes e não somos bons, além disso, nos mostra que precisamos de um redentor, que é o próprio Cristo – o único que cumpriu todas as exigências da lista. Por isso somos amados por Deus e podemos ser salvos por sua graça. “Ele o ama por que você está no Filho que ele ama; sim, mas também porque ele escolheu derramar seu amor sobre você. Por quê? Eu não sei. Quando meus netos me perguntam por que eu os amo, eu não pego uma lista de todas as coisas que eles fazem que os tornam dignos do meu amor. Se eles me perguntam por que eu os amo, eu simplesmente digo: Porque você é você, e eu o amo” (Do livro: Pais Fracos, Deus Forte)

“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Romanos 5:8

“Podemos pedir-lhe [ao Espírito Santo] para nos ajudar a sermos “detetives da graça” para nos tornarmos mais conscientes da forma como o Senhor está trabalhando na vida deles do que da forma como estão falhando” [Em relação aos filhos] no livro “Pais Fracos, Deus Forte” – Editora FIEL. Este é o livro que citei no início do texto. Recomendo!

Dê uma lida também em: Lucas 18.11-14 e Mateus 15.7-11

Que o Senhor nos ajude a termos corações transformados!

Ps.: Entenda o uso do verbo “querer” quando aplicado na frase “não quero pessoas boas” ou "Jesus não queria pessoas boas". Não significa rejeição, mas o desejo de “formar”, “preparar”, “nutrir” pessoas que tenham um coração transformado pelo evangelho. Não significa que não amo as pessoas que não têm um coração transformado pelo evangelho, pelo contrário, as amo, mas que meu desejo é que essas pessoas sejam transformadas por ele.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Uma oração quase esquecida pela Igreja.

Quando paramos para pensar em nossos momentos de oração, analisando o conteúdo das mesmas, podemos chegar a algumas conclusões breves que irei compartilhar nessa reflexão. E ao analisarmos as orações de Paulo, percebemos que existe uma oração que foi ‘quase esquecida’ pela Igreja, não pela falta de tal motivo ou da sua necessidade; o que nos leva a concluir que nós esquecemos, abrimos mão, ou colocamos outros motivos “mais importantes” como prioridade.

Não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamado, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder” Efésios 1.16-19

Quando olhamos pra esse tipo de oração que Paulo faz, percebemos que seus anseios são relacionados às “bênçãos espirituais”, para que a Igreja seja capacitada por Deus para exercer sua vocação e crescer cada vez mais no conhecimento de Cristo, em sabedoria, no entendimento espiritual e na sua vontade. As orações “primordiais” de Paulo parecem ser direcionadas para que a Igreja viva sua identidade, exercendo o amor uns para com os outros, frutificando em boa obra, e crescendo à semelhança de Cristo. Embora Paulo não ignorasse outras necessidades, elas não se tornavam o ‘conteúdo principal’ de suas orações. As orações de Paulo eram ‘saturadas’ do anseio para que a Igreja glorificasse a Deus, edificasse uns aos outros, e alcançassem aqueles que eram estrangeiros, como nós, a fazerem agora parte da família de Deus.

Paulo estava ciente de que “assim como [Deus] nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito (bondade, bom propósito) de sua vontade, para o louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado”, agora Paulo deseja ardentemente que estes eleitos vivam de forma plena. Pois já fomos abençoados com “toda sorte de bênção espiritual”, somos agora feitos “herança”, além disso, “selados como o Santo Espírito” para vivermos para o louvor da sua glória. 

Qual a última vez que você orou neste sentido por seus irmãos, por sua igreja e por si mesmo? Diante de todas as dificuldades e necessidades, somos conduzidos a orar por bens materiais, curas, e soluções para certos problemas. Todos estes são motivos dignos, mas não podemos negligenciar essa oração que Paulo fez pala Igreja. Vamos nos lembrar de orar neste sentido e encorajar outros a fazerem o mesmo!

Confira outras orações de Paulo:

Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome de toda família, tanto no céu como sobre a terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o cumprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus” Efésios 3.14-19

E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção” Filipenses 1.9

Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus” Colossenses 1.9-10

E o Senhor vos faça crescer e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco” 1 Tessalonicense 3.12

Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé” 2 Tessalonicense 1.11

Ora, o Senhor conduza o vosso coração ao amor de Deus e à constância de Cristo” 2 Tessalonicense 3.5

Bênçãos,

Willy Menezes

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Deus provê tudo que preciso? Uma reflexão sobre a provisão divina!

Olá, pessoal. Depois de um tempo (como quase sempre), retornei a escrever alguma coisa aqui. Outra noite estive pensando muito sobre a questão da “provisão de Deus” e enquanto dirigia, refletia sobre. Senti-me bem entusiasmado a escrever um pouco sobre o assunto e poder, quem sabe, esclarecer alguns aspectos importantes da provisão divina.

Quando falamos de provisão, logo pensamos na ideia de sermos supridos naquilo que precisamos em determinado momento. Isso é um conceito comum para a palavra “provisão”. Portanto, costumamos usá-la desta forma. O problema disso é que acabamos atentando, em muitos casos, simplesmente para nossa satisfação pessoal. É aí que o conceito pode tomar uma proporção arriscada quando relacionamos à providência de Deus.

Quem nunca ouviu por aí alguém dizer: “peça [ou ordene] a Deus, pois Ele deve [ou tem a obrigação] de lhe dar algo”, “Se você é cristão, não deve sofrer”, “declare que Deus lhe dará tal coisas”, “reivindique seus direitos de filho do Rei”. Ou ainda: “Se tu és filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães” – essa você conhece! Pois bem, este é um conceito errado de compreender a provisão de Deus em nossas vidas. Mas tem muita gente por aí pensando que as coisas funcionam desse jeito.

Se a provisão está ligada ao suprimento da necessidade, então qual é a nossa maior necessidade? A resposta é simples e clara: Deus! (Rm 3.23). Mas se fomos separados de Deus por causa do pecado, precisamos de uma provisão que suporte e seja suficiente pra isto: o próprio Cristo! Foi por isso que Cristo não morreu para que nós fôssemos providos de roupa, de casa, carro ou bens. Ele morreu para nos prover da nossa maior e desesperadora necessidade – Deus - e assim então, nos conduzir Ele (1 Pe 3.18). Por isso ele é nosso Redentor, a nossa Salvação, meio de nos levar a Deus!

A justiça é um dos atributos de Deus, portanto, Ele é completamente justo. Como poderia alguém que cometeu um crime ficar sem sua devida punição? É uma grande injustiça. É por isso que a ira de Deus se revelará contra estes. E é completamente justo que todos paguem por seus pecados. Sendo assim, todos, sem exceção, merecem a morte eterna, pois todos pecaram, e esta é a punição devida. É neste momento que percebemos que a justiça de Deus precisa ser saciada e exercida, afinal, Ele é justo. Enquanto nós somos merecedores desta ira divina, Deus provê para si mesmo o Cordeiro, a fim de que este Cordeiro receba a ira divina em nosso lugar, homens miseráveis. Ele providenciou o sacrifício para aplacar sua própria ira contra nós. Isto é a provisão divina certa (João 1.29 / 1 Co 5.7).

Não digo que Deus não será seu provedor nas questões relacionadas ao seu dia-a-dia, mas afirmo, sem dúvida, que há algo sem igual em que sua alegria e fé devem depositar a esperança: Cristo. Nossa plena satisfação não deve estar em coisas materiais e sim em Cristo, portanto, ainda que venha nos faltar o alimento ou a roupa, nossa provisão maior nunca faltará, estaremos satisfeitos, alegres e exultantes no Deus da nossa salvação (Hc 3.17-19). Temos O pastor que nunca faltará a nós (Sl 23.1), por isso estamos saciados e satisfeitos nele.

Não é bíblico achar que a providência de Deus vai trabalhar para que você tenha tudo que precisa. É bíblico ter a certeza de que a providência de Deus vai trabalhar, em todo tempo, para que Ele seja glorificado e para que tudo saia perfeitamente como Ele quer. Pois Ele é Deus!

Enquanto Paulo sofria pelo evangelho, a provisão de Deus era constante na vida dele, na prisão, nos açoites, nas ameaças, perigo de morte, nos naufrágios, na fome, sede, frio, nudez. Quando Paulo morou em Roma por 2 anos em uma casa alugada (At 28.30), a provisão de Deus não falhou por não ter dado uma casa própria a Paulo. Tanto na fartura, quanto na necessidade, Paulo estava satisfeito em Deus. E assim nós devemos seguir plenamente satisfeitos em Deus, independente da situação, pois Cristo não é “mais uma coisa que temos”, ele é a única coisa que temos, pois sem ele, estamos desesperadamente perdidos. É por isso que você pode passar por tribulações e ainda assim ter alegria no coração. E é nele que tudo faz sentido e tem vida!

"Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém." Romanos 11:36

Comentário relacionado:

A Bíblia é um livro sobre Deus e não sobre nós. Podemos ver claramente o zelo de Deus por sua própria glória (que não divide com ninguém). Ele é satisfeito em si mesmo. Então na sua providência: Ele preserva todas as coisas, sustentando-as pela Palavra do seu poder (Hb 1.3). Ele realiza todas as coisas conforme o seu o conselho da sua vontade (Ef.1.11). Ele governa todas as cosias para que cumpram seus propósitos eternos (Sl 103.19).

Entendendo isto, percebemos que o foco nas escrituras não somos nós e sim o próprio Deus. Portanto, Deus está “preocupado” em cuidar de que Ele mesmo seja glorificado e que as coisas resultem em glória a Ele. Percebemos assim que nós entramos na “história de Deus” e não foi Deus quem entrou em nossa história, pois sem Ele, o mundo não existiria. Mas às vezes nos colocamos no centro do universo, exigindo que todas as coisas cooperem e sirvam em nosso favor.

Versículos relacionados ao texto: Hebreus 1.3 – Efésios 1.11 – Salmos 103.19 - Romanos 11.36 – Isaías 53.7 – 1 Pedro 1.18-19 - Habacuque 3.17-19 – Atos 20.30 – Salmos 23.1 – 1 Coríntios 5.7 – João 1.29.

Willy Menezes

sexta-feira, 20 de março de 2015

Despedida de solteiro(a). Pode?

O matrimônio é uma instituição vinda de Deus, portanto, é algo criado com um propósito, intenção, e tem, em Deus, uma definição única, verdadeira e valiosa. Um dos maiores problemas é a deturpação do homem em relação àquilo que foi criado por Deus. Ou seja, Deus cria e dá o verdadeiro sentido para algo, o homem, por sua vez, manipula e desvia tal instituição do verdadeiro sentido. Uma das consequências básicas é a desvalorização. É quando se perde a referência, o padrão e aquilo que era pra ser algo tão valioso, passa a ser, aos olhos de muitos, como uma coisa qualquer. E em muitos casos, nós cristãos, é que contribuímos para essa desvalorização do que é sagrado. Deixe-me falar um pouco mais sobre isso em relação ao tema proposto.

A “despedida de solteiro(a)” é conhecida por muitos no meio cristão e fora dele. O sentido geral se dá no conceito do que chamamos de “rito de passagem”, é quando se celebra uma “mudança” de situação, período ou status na vida da pessoa. E isso é comum em várias culturas. Então, a ideia geral da despedida de solteiro(a) é celebrar a passagem da vida de solteiro para a vida de casado. O que realmente é uma grande mudança de vida.

Particularmente, não tenho nenhum problema e não vejo nenhuma restrição bíblica para fazer menção e celebrar este período de transição da vida, seja com descontração, brincadeiras, perguntas, conselhos e coisas do tipo. O que acontece muitas vezes é que esta celebração é usada como desculpa para homens e mulheres praticarem coisas que são completamente contrárias à instituição chamada matrimônio e passa a ser mais um culto ao prazer, depravação, desonra, lascívia, impureza e práticas que induzem à imoralidade sexual e a embriaguez. O que parte meu coração é saber que muitos “cristãos” se tornam adeptos ao mesmo tipo de celebração. É triste ver que levam o padrão do mundo para o meio da comunidade cristã e acham normal proceder assim.

Eu lamento pela vida dos que são adeptos a essa ideia, mas a minha dor maior é ver que algo criado por Deus, de uma maneira especial, única, com uma intenção divina, acaba sendo conduzido e tratado pelos homens de forma desonrosa e depravada. É como tomar em suas mãos algo criado no coração de Deus e dizer aos outros que não tem valor algum, desprezando assim quem o criou e aquilo que foi criado. Deus usa o casamento para indicar a redenção em Cristo Jesus, é uma instituição que deve revelar Deus e Sua glória. Eu ainda poderia citar aqui biblicamente centenas de objetivos e propósitos do casamento.

Esta celebração que precede o casamento deveria ser uma “despedida” sim, pois o casal assumirá novas posturas e responsabilidades a partir do momento em que se casarem. Mas deveria ser nutrido e recheado de bons pensamentos e boas atitudes, conselhos, boas lembranças, ainda que com muitas brincadeiras e particularidades femininas e masculinas em seus devidos grupos. Deveria ser uma oportunidade para abençoar a vida de quem está deixando a vida de solteiro(a) e não oportunidade de induzir esta pessoa a cometer atos que são completamente contra ao padrão bíblico para um homem e uma mulher.

Não preciso falar sobre o quanto é imoral e anti-bíblico a contratação (além do incentivo deste comércio) de “stripers” e pessoas que vendem seu corpo para práticas sensuais. Não preciso falar muito para deixar claro o quanto é depravado levar um homem ou mulher que estão à beira de contrair o matrimônio (ou em qualquer situação) a um tipo de programação completamente desonrosa como essa. Na verdade é tempo de dedicar-se ao que é puro, verdadeiro, de boa fama, conduzindo e fortalecendo aqueles que estão neste período tão importante, abençoando a vida de ambos para que eles saibam muito bem o divino presente que é o matrimônio.

Existe um padrão bíblico de masculinidade e feminilidade. Deus não criou todos estes detalhes para serem explorados e compartilhados publicamente. Portanto, existem questões bem particulares e próprias que devem ser exploradas no casamento pelos cônjuges. Mulheres e homens que se submetem a práticas como as citadas acima nestas festas estão deturpando a imagem do ideal de Deus para sua masculinidade/feminilidade. E estão desvalorizando seus corpos, desrespeitando seus cônjuges, incitando a infidelidade, a promiscuidade, lascívia, o culto ao corpo, ao prazer e tantas coisas que são impuras. E além de tudo, o que é pior, desprezando a Deus e aquilo que Ele criou.

Pense um pouco. Compartilhe este texto. E ajude a restaurar o ideal bíblico do casamento.

Que Deus nos ajude!

Willy Menezes

terça-feira, 17 de março de 2015

Algumas palavras sobre a falta de identidade do homem

Neste mundo cheio de acontecimentos diversos, temos visto, de maneira clara, uma degradação em relação a muitos valores importantes. Percebemos a sociedade caminhando cada vez mais para longe de princípios que sabemos que são fundamentais para a vida. Isso é lamentável, mas existe algo que me incomoda mais ainda, é perceber o homem perdendo sua identidade – o que é mais trágico do que podemos imaginar.

Bom, a primeira coisa a se perguntar é: “quais valores e princípios norteiam sua vida?”. E então dizemos: “princípios e valores bíblicos”. Certo, mas se o homem sabe (ou diz que sabe) quais princípios norteiam sua vida, ele não deve ser apenas um espectador (as vezes até crítico) que vê a sociedade e a mídia caminhando para longe destes princípios. Ele deve ser o homem que não abre mão destes princípios, e, antes de tudo, os vive. Além disso, de for o caso, conduz sua família neles. Mas como disse anteriormente, algo pior tem acontecido - a identidade do homem sendo perdida. Deixa eu lhe falar então um pouco sobre isso.

Hoje temos visto adolescentes e jovens que entendem mais de futebol do que sobre a Escritura. “Homens” que sabem mais sobre jogos e sobre acessórios de carros do que como tratar uma mulher e conduzir um relacionamento de maneira devida. Vemos então meninos que entendem mais de séries, filmes, automóveis, esportes, redes sociais, tecnologia, música, internet e qualquer outra coisa, do que como ser um homem segundo o coração de Deus.

São estes que chegam “de surpresa” no casamento sem entender o papel de um marido. Não dedicaram tempo para aprender como conduzir o casamento de maneira bíblica. Não aprenderam sobre a responsabilidade de homem e sacerdote de um lar, mas talvez saibam muito sobre o campeonato atual, ou sobre qualquer outra coisa. Depois de um tempo chegam os filhos, mas os pais não amaram e não entenderam a importância da paternidade, de ser um pai bíblico para seus filhos. E são estes que, por muitas vezes, separam uma “hora sagrada” (quando não é o dia inteiro) para o futebol, mas não tem nenhum tempo sagrado ao lado da sua esposa e filhos. E isso é lamentável!

Muitas vezes queremos colocar a responsabilidade no governo ou na sociedade, de forma geral. Mas a culpa é nossa que, por muitas vezes, deixamos de abrir a bíblia para aprender o que o SENHOR quer nos ensinar e não dedicamos mais tempo em oração. A culpa é nossa por não entender, muitas vezes, o valor da família e então dedicamos o tempo livre para simplesmente para satisfação pessoal.

A culpa é nossa que não assumimos a responsabilidade de amar nossas esposas como Cristo amou a Igreja e deu sua vida por ela. Então não deixamos nossas esposas satisfeitas, amadas e seguras de que cada uma tem em casa um homem que a ama tanto a ponto de dar a vida por ela. Homem que não pensa mais em si mesmo do que nela e que entende que ela é o ministério prioritário que Deus deu a ele e, portanto, deve zelar e cuidar dela.

A culpa é nossa que não educamos nossos filhos na instrução do Senhor, e então deixamos que suas escolas os ensinem tudo (que presta e que não presta), deixamos que a internet, as redes sociais tomem a maior parte do tempo deles e que passem a semana toda recebendo ensinamentos que, por muitas vezes, são contrários aos preceitos do Senhor, e num único dia, domingo de manhã, queremos que isso seja compensado na sala de EBD. Vamos lembrar que os pais são responsáveis por discipular seus filhos, e isso requer sacrifício, é por isso que muitos não fazem. Os filhos podem aprender de tudo fora de casa, porém, sem nenhum temor, e de forma completamente deturpada.

A culpa é nossa que, por muitas vezes, não honramos nossas esposas e não conduzimos o casamento de forma bíblica, e nossos filhos ficam sem referencial nenhum sobre matrimônio em casa, sobre como um homem deve amar uma mulher (e como uma mulher deve ser amada), e então muitas vezes aceitam e fazem qualquer coisa fora de casa nesta área.

Não quero lhe deixar um texto que você diga: “tudo está perdido!”, mas que possa lhe conscientizar da realidade, contudo, ao mesmo tempo, que lhe dê esperanças para uma mudança, e lhe afirmo, a esperança está em você. Por isso você tem uma oportunidade de parar e pensar um pouco e ainda que você não tenha dito essa instrução ou exemplos em casa, busque-a na Escritura. É possível uma mudança radical.

A bíblia é um livro que fala de Deus. E esse Deus nos ensina, na Escritura, como Ele quer que homens procedam para Sua glória, por isso, busque ser um homem bíblico e não se contente em apenas ser alguém do sexo masculino. Não queira ser nenhum herói ou homem que faça coisas espetaculares. Queira ser um homem de Deus que seja conhecido pelo seu procedimento bíblico e sábio, que seja conhecido pelo fruto do Espírito em você. Ainda que não seja conhecido por todos, mas que seja conhecido por Deus e por quem está ao seu lado. É um desafio para mim e para você!

Nosso objetivo é ser “conforme à imagem de Cristo” (Romanos 8:29). E sendo assim, resplandecer a luz de Deus aqui no mundo; fazendo seu amor e sacrifício conhecido entre todos e em todas as áreas de nossa vida. 

Aos que lutam e se esforçam para serem homens segundo o coração de Deus, um homem bíblico, esposos ou futuros esposos e pais bíblicos, meu desejo de coração é que vocês continuem, e saibam que não estão sozinhos. E que assim ensinem e influenciem outros que estão próximos de vocês.

Que Deus nos ajude!

Para as mulheres que leram, ensinem e incentivem filhos, irmãos, amigos, etc... Indico também:
http://www.mulherespiedosas.com.br/tornado-se-ester/

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Quero Cristo, mas não quero viver como cristão ?

Não sei quantos de vocês já pararam para pensar um pouco, com seriedade, sobre sua vida com Deus. Tá, você pode dizer: “Sim, faço isso constantemente”. Quero saber quantos já foram confrontados com Deus e Sua verdade a ponto de que isso lhe causasse uma mudança verdadeira? E que não fosse apenas um momento emocional ou de reflexão com um fim em si mesmo. Que essas verdades custassem de forma prática e sacrificial na sua vida diária. Pare e pense!

Temos conhecido uma geração de jovens que “aceitam” com alegria a graça de Deus, mas não querem ser discípulos de Jesus Cristo. Querem usufruir da salvação de Deus, mas não querem ser participantes no sofrimento de Cristo. Querem ser libertos da condenação, mas não tomam para suas vidas o “negue-se a si mesmo” (Mateus 16.24). Querem viver no céu, mas não querem viver como cidadãos do céu enquanto estão na terra (Efésios 4.1-1), tampouco querem ter o custo de anunciar a mensagem de salvação a outros.

A verdade é que muitos querem Cristo [suas bênçãos e benefícios], mas não querem viver como cristãos [obediência, renúncia e sacrifício]. Querem ser chamados filhos de Deus, mas não querem nem conhecem as implicações que isso nos leva. Tem Jesus por "bom pastor", mas não ouvem Sua voz (João 10.27).

Querem ter seus pecados perdoados, a salvação, mas não querem comprometimento nenhum com Cristo. Infelizmente uns usam a desculpa de que “sou jovem” para poder viver desenfreadamente sem postura de homem ou mulher de Deus, sem retidão, vivendo como bem lhe apraz, mas com a “garantia” de que tem a “salvação” de Cristo na sua vida. Outros, pelo intelecto, liberalismo e relativização da Bíblia acabam caindo nos mesmos erros, ou piores. Não seja como aqueles que transformam a graça de Deus em libertinagem (Judas 1.4). Infelizmente lamento dizer que muitos destes pensam, falam e vivem de maneira insensata, inconsequente, não moldados a Cristo, e são piores do que muitos que não se declaram cristãos.

Hoje é comum ver em nossos cultos dominicais mãos levantadas na hora das canções, pessoas que choram, se emocionam, cantam louvores, dizem mil e uma coisas naquele momento... Já disseram que suas vidas são de Cristo, que querem e pertencem a Deus, e tantas outras coisas. Mas isso não adianta de nada se não for precedido de um compromisso rigoroso ao Senhor. Ou serão meras palavras e emoções.

Por favor, não diga que Cristo é tudo na sua vida se você não dá a mínima pro que ele diz (Mateus 15.8). Não diga que Deus é tudo pra você, se você não conhece nada dos Seus atributos, não observa Seus preceitos, nem tampouco se esforça pra conhecer e obedecê-lo. Não diga que não consegue viver sem Deus se você não se dedica à comunhão com Ele. Ou se tudo isso está apenas em seu intelecto e não no seu coração. Não diga isso para a vergonha do Evangelho. (Romanos 2.24)

Não use a desculpa de que “sou jovem” para sua falta de comprometimento com a Palavra e com Deus; para colocar em seus cultos de coisas bizarras, entretenimento, coisas ridículas; para pegar coisas mundanas e encher seus cultos. Não é isso que o Senhor pede de nós, não é este o culto ao Senhor. Porque queremos dar tais coisas a Ele? Queremos fazer um culto segundo o mundo ou um culto segundo Deus? É de partir o coração quando vemos uma igreja querendo imitar o mundo para atrair jovens... E ninguém querendo imitar a Igreja. E nessa história toda, poucos são os que querem imitar a Cristo.

É triste ver pessoas que dizem ser geração radical, loucos por Jesus, adoradores extravagantes, quando dedicam tão pouco tempo em comunhão e em serviço ao Senhor, quando ainda não se humilharam diante de Deus, quando conhecem e obedecem tão pouco da Sua Palavra. Esta é a geração jovem que muitas vezes lotam os “shows gospels”, mas não estão presentes em reuniões de oração ou em culto de doutrina. Muitos destes usam a igreja como apenas ponto de “encontro da galera”, diversão, passatempo e não como casa de oração, lugar de encontrar seus irmãos para em comunhão adorarem a Deus e aprender da Sua Palavra.

É uma geração que acha que por estarem na igreja, por participarem dos cultos, por estarem no louvor, ou em algum grupo específico, por irem ao acampamento ou ao retiro, acham que está tudo bem. Não se engane com isso e converta-se ao Senhor e busque de todo coração. E queira deixar a vida de criança para viver uma vida cristã madura. Este não é um alerta apenas pra você, mas pra mim também!

Este não é um convite para que você seja uma pessoa impecável, nem tampouco para pessoas fortes demais em si mesmas. Mas um convite para pecadores como eu, que eram rebeldes contra Deus, destinados à morte eterna, mas que foram achados por Cristo e buscam uma vida transformada a ponto de que nem o pecado, nem sua fraqueza serão suficientes para lhe parar no seu comprometimento e busca por Cristo e por ser parecido com ele.

Eu sei que em meio a essa turbulência toda, em uma geração tão difícil, há também aqueles que se comprometeram em honrar a Deus com suas vidas. Meu desejo profundo é que vocês nunca desistam, mas que sejam moldados à imagem de Cristo - no sofrimento, na provação, na perseverança, em tudo que ele passou e nos ensinou. Queira deixar seu legado no meio desta geração. Mais do que relevantes aos olhos dos outros, importa que sejamos encontrados fiéis ao nosso Senhor.

Isto não é um clamor por uma vida legalista, mas um clamor por uma vida de amor e dedicação ao Senhor!

Willy Menezes
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