Já viajei muito com meu pai. E, em uma das
viagens, na minha adolescência, lembro de ter me chamado atenção os caminhões que
vinham na outra mão. Eu percebi que, algumas vezes, meu pai tinha que sair da
mão que estávamos seguindo, e desviar para o acostamento. O objetivo dele era evitar algum
tipo de acidente, pois os caminhões repetidamente invadiam a nossa mão enquanto
ultrapassavam. Não lembro exatamente suas palavras, mas o que ele me ensinou
com aquilo foi que permanecer na própria mão, apenas porque é nosso direito,
não iria fazer evitar algum acidente, pelo contrário!
Por isso, querer ter razão nem sempre é a
melhor opção. Em proporções diferentes, as vezes é necessário desviar para o
acostamento a fim de manter a paz com outra pessoa. E isso me ressurgiu muito intensamente
no casamento. Foi nesse contexto que ouvi a frase de um amigo: “você quer ser
feliz ou ter razão? ”. Em certo sentido, a frase carrega uma boa intenção,
embora uma opção não invalide, necessariamente, a outra. Mas a ideia é bem
clara que, em muitas situações, não adianta discutir e ter razão quando, por
outro lado, deixa triste o coração de quem se ama e, por consequência, o
próprio.
Eu diria que vencer um argumento é até simples.
Basta um pouco de estudo de retórica e lógica. O difícil é vencer o orgulho dentro
de nós. Querer ter razão nem sempre é um sinal de ter a verdade, as vezes é muito
mais indicativo de um coração orgulhoso. Quando vencemos um argumento
simplesmente pelo desejo de estarmos certos, silenciamos e massacramos um
coração. Por outro lado, quando há amor pela pessoa, os esforços não são concentrados
em provar que se tem a razão, mas em quanto se quer o bem daquela pessoa. Quando
o amor vence o ego, a última coisa que se deseja falar é: eu tinha razão ou eu avisei. Isso
apenas mostra que ter razão não é tudo.
Por fim, se tratando de conflitos no
relacionamento, sei que inúmeras vezes a pessoa que amamos precisa de
disciplina. Sim, precisa que alguém lhe abra os olhos e lhe fale as verdades
necessárias. Precisa ouvir com firmeza onde está errando e o que precisa mudar.
Para estas ocasiões, permita-me propor: (1) organize de forma clara e lógica os
pontos que você precisa falar. (2) não fale sem antes orar pela outra pessoa.
(3) apresente caminhos melhores, ou seja, soluções práticas. (4) seja o maior
encorajador dela. E caso ela não seja convencida, ore continuamente. Em outras
ocasiões, principalmente em meio a discussões exasperada, talvez a melhor opção
seja calar. É possível que você tenha uma bela experiência com Deus por meio da
perseverança em oração. Muitas mudanças são frutos de um longo período de
oração.
Willy Menezes
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